Da terra do tacacá, do açaí e pato no tucupi, vem o ritmo que virou
febre no Pará, e conquistou o Brasil, com Gaby Amarantos e Gang do Eletro.
O ritmo Tecnobrega é oriundo de Belém do Pará, é um estilo original criado por músicos e Djs paraenses que aproveitaram a popularidade do Brega Calypso, para desenvolver um ritmo novo, mais eletrônico e dinâmico, voltado para tocar em aparelhagens (Paredão Sonoro).
A partir daí as aparelhagens espalharam o Tecnobrega numa velocidade
impressionante, caindo assim no gosto do público por ser algo extremamente
contagiante, alegre, dançante. O Tecnobrega ganha a
cada dia mais espaço no caldeirão de ritmos que o Brasil possui, esse ritmo que
surgiu nas periferias de Belém, através do cantor de brega Tonny Brasil, e
também os Djs Leo e David de Santa Isabel, usando como ferramenta de trabalho o
computador e teclados sintetizadores, sob forte influência da Euro Dance, que
no Estado era cultuado nas principais baladas e também nas festas de
aparelhagem na década de 90.
Histórico passado recente
Os CDs das bandas eram feitos em home estúdios independentes, sendo
prensados lá mesmo e distribuídos aos camelôs das feiras de bairros da cidade,
como o popular Ver-o-Peso, os valores eram bem acessíveis garantindo assim uma
vazão do produto em larga escala, impossível de se quantificar o número exato
de vendas.
As rádios da cidade demoraram muito a divulgar esse novo ritmo nas suas
programações, por motivos que todos nós sabemos - não tinha jabá - então o
principal veículo de propagação do Tecnobrega foi e continua sendo as FESTAS DE
APARELHAGENS, e agora também com a popularização da Internet, pois o espaço nas
rádios continua muito abaixo do desejado.
Origem do Tecnobrega
Não custa também ratificar que o Tecnobrega é um ritmo vindo da
periferia, produzido e divulgado por gente muito humilde vindos da periferia,
sem acesso aos principais palcos, mas que graças a sua força e popularidade
alcançou destaque nacional. Um movimento que nasceu no coração das comunidades
do Guamá, Terra Firme, Cremação, Santa Izabel hoje é consumido pelas classes
mais altas, atraindo as grandes gravadoras nacionais que já contrataram alguns
artistas que promovem o Tecnobrega.
Já está presente na cultura paraense, não tem como negar que esse ritmo
veio pra ficar e é fruto da criatividade e do talento nato povo do Pará. Se
tornou mais emblemático e presente que o Carimbó em algumas regiões do Estado.
As festas de aparelhagem levam um público cada vez maior pra curtirem e
dançarem esse ritmo. Várias bandas surgiram, e ainda surgem com a proposta de
difundirem nos seus shows o Tecnobrega. A coisa tá tão avançada, que ele se
subdividiu em outras vertentes, como o Tecnomelody, Eletromelody, Tecnofunk e
mais recentemente o Trap no Brega.
Por tudo isso, podemos considerar o Tecnobrega um verdadeiro fenômeno,
pois não precisou das mídias convencionais/oficiais para se estabelecer e
conquistar seu público, pois procurou meios alternativos para alavancar sua
potência de alcance das massas, e outra coisa, é um ritmo vivo que se reinventa
e se adapta a atualidade, não fica preso no passado, graças aos Djs produtores
que são "ratos de internet", pela dedicação e amor por esse ritmo. As
músicas são produzidas aos milhares todos os meses, quase que impossível
mensurar a quantidade exata.
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